Augusta cosia de forte linha vermelha seu manto branco, cheio de rasgos.
Lembrava e se detestava. Amargava cada ponto dado no conserto. Era difícil. Em tempos, as mãos iam rápidas, enfurecidas, desenhando uma costura agoniada; noutros iam calmas, coerentes, ponto-pós-ponto.
O som do pano rasgando em memória doía-lhes os ouvidos, som que outrora não escutara.
Fora ela própria que rasgara o que era dela. Sabia e não negava. Com as próprias unhas de tesoura, em desespero, ou em qualquer outra paixão inconseqüente.
Era vermelha a linha. A cor não se escolhe. Ou melhor, tinha sido escolhida na não-escolha.
E aqueles olhos a lhe cercar. Eram fantasmas que lhe assombravam. Tinha (tanto) medo.
O manto jamais seria o mesmo. Gostaria de se banhar novamente no mesmo rio, mas o rio passa. Mas ali, ali não era um rio, era um lago, um pequeno lago, tão pequeno.
Augusta vestiria seu manto remendado e tentaria esquecer. Mas as linhas vermelhas estariam ali. Por mais que ninguém as visse, Augusta viria. E se esquecesse um dia, noutro lembraria. E doer-lhe-ia. Seu manto branco...
Crime e castigo. Responsabilidade. “Mea culpa. Mea maxima culpa” Ah, Augusta, cresça, pequena.
Lembrava e se detestava. Amargava cada ponto dado no conserto. Era difícil. Em tempos, as mãos iam rápidas, enfurecidas, desenhando uma costura agoniada; noutros iam calmas, coerentes, ponto-pós-ponto.
O som do pano rasgando em memória doía-lhes os ouvidos, som que outrora não escutara.
Fora ela própria que rasgara o que era dela. Sabia e não negava. Com as próprias unhas de tesoura, em desespero, ou em qualquer outra paixão inconseqüente.
Era vermelha a linha. A cor não se escolhe. Ou melhor, tinha sido escolhida na não-escolha.
E aqueles olhos a lhe cercar. Eram fantasmas que lhe assombravam. Tinha (tanto) medo.
O manto jamais seria o mesmo. Gostaria de se banhar novamente no mesmo rio, mas o rio passa. Mas ali, ali não era um rio, era um lago, um pequeno lago, tão pequeno.
Augusta vestiria seu manto remendado e tentaria esquecer. Mas as linhas vermelhas estariam ali. Por mais que ninguém as visse, Augusta viria. E se esquecesse um dia, noutro lembraria. E doer-lhe-ia. Seu manto branco...
Crime e castigo. Responsabilidade. “Mea culpa. Mea maxima culpa” Ah, Augusta, cresça, pequena.