segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Flor-de-Papel


Sobre a parede imaculadamente [branca
desgraçadamente imaculada

(versos semi-feitos)

Desponta o mais rosa.
Pequena princesa presa, sois [papel?
papel de arroz? que desmancha [na chuva?

- Papel Seda. Tal Pipa que voa.

Mas não voa, solitária.
Queres voar? Dependura-se no muro para voar?
Queres sol?

- Já tenho sol.

Mas então?

- Olhos(!)

Poucos te vêem? Atrás dos pregosbrancosdeespantarladrões.
(Nas estradas por que passei, suas irmãs são mais felizes?
Derramam-se sobre os ares, hirtas de rosa.
Basta olhá-las e vê-las.)

Nasceste presa. Longe dos olhos. (sinto por ti)

- Jogo minhas tranças. Hão de alcançar-me com olhos famintos de [beleza.
Meu rosa é menos rosa que o delas?

Oh, pequena Primavera, tão frágil quanto o papel de que é feita.
Derrubar-te-ão

- Cabelos crescem.

Oh, pequena. Nessa calçada? Por quais olhos?
Olhos que se abaixam por ‘cuidado’?

- Me viste, não viste?

Pois sim, pequenas Marias.